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domingo, 14 de janeiro de 2018

Quem será nosso próximo, com quem podemos contar?

Queridos leitores.

Falava com minha esposa sobre as pessoas com quem podemos contar nas situações necessárias. Muitas vezes somos discriminados em coisas que nem imaginamos pelos nossos próprios familiares, tratados de maneira não transparente e falsa, na tolerância e adaptação às circunstâncias. Será que poderemos contar com a nossa família de sangue nestas situações críticas? Poderemos contar com quem não tem o mesmo sangue, mas são anexados à nossa família por fatores diversos? Poderemos contar com nosso próximo?

É estranho quando vemos pessoas que já formaram casais, no entanto agora separados, mesmo que amigavelmente, não são mais amigos a ponto de não poderem se ver. Vê-se então que se está tudo bem entre o casal, um pode contar com o outro em todas as situações, mas basta uma briga ou estarem separados para que não tenham mais nenhuma preocupação ou cuidado com o outro. Parece que tudo o que sentiam sumiu e tornam-se tão ou mais estranhos do que desconhecidos. Como pode acontecer isto? pelos motivos que levaram a briga, a separação? Será que haviam sentimentos reais envolvidos ou simplemente foram levados pela mesmice de criar relacionamento com alguém como muitos fazem, sem pensar, sem sentir, ou no engano de sentir algo que, na verdade, não existe?

Vi pessoas "estranhas" que se importaram muito mais com alguém do que os próprios parentes desta pessoa. Isto seria a ajuda ao próximo como o bom samaritano da bíblia (Lucas 10:30-37). Muito impressionante esta parábola de Jesus. Nesta hora lembrei-me de uma fala de Jesus Cristo, Yahushuah Hamashiah:
"E, falando ele ainda à multidão, eis que estavam fora sua mãe e seus irmãos, pretendendo falar-lhe. E disse-lhe alguém: Eis que estão ali fora tua mãe e teus irmãos, que querem falar-te. Ele, porém, respondendo, disse ao que lhe falara: Quem é minha mãe? E quem são meus irmãos? E, estendendo a sua mão para os seus discípulos, disse: Eis aqui minha mãe e meus irmãos; Porque, qualquer que fizer a vontade de meu Pai que está nos céus, este é meu irmão, e irmã e mãe." (Mateus 12:46-50)
Parece uma fala muito dura. No entanto foi simplesmente Deus que a disse, pois Jesus Cristo deixou bem claro que quem O via, via ao Pai, que o enviou (João 12:45).

Pergunto então: quem é minha família? quem são meus parentes? Quem se importa comigo e com a minha vida, na real?

Outra fala aparentemente mais dura ainda é:
"Não cuideis que vim trazer a paz à terra; não vim trazer paz, mas espada; Porque eu vim pôr em dissensão o homem contra seu pai, e a filha contra sua mãe, e a nora contra sua sogra; E assim os inimigos do homem serão os seus familiares. Quem ama o pai ou a mãe mais do que a mim não é digno de mim; e quem ama o filho ou a filha mais do que a mim não é digno de mim." (Mateus 10:34-37)
Difícil não é? Como fica isto no contexto deste artigo? 

Numa outra análise, é muito difícil ao homem amar mais a Deus do que a um filho. Num primeiro momento pensamos que geramos a vida do filho e que ele está próximo de nós, amado, cuidado e que Deus... ahh, está distante. Tudo engano. É por causa de Deus que geramos nossos filhos, que na verdade não são nossos, mas dEle. A outra coisa é que Deus não está distante, somos templos de carne onde Ele habita grandemente. Há proximidade maior? Então não deveria ser difícil amar mais à Deus do que a família. O que acontece então? 

Estamos acostumados a ouvir amenidades, bençãos, prosperidade, mas o duro servir é deixado de lado e ninguém quer ouvir, afinal estão todos preocupados em "tocar em frente" as suas prósperas vidas. Amar as coisas deste mundo é muito mais fácil, é mais palpável. O abastado sistema religioso vigente que o diga. Onde está o nosso próximo que devemos ajudar e aqueles em quem podemos contar e confiar?

Sabemos que não devemos esperar reconhecimento de quem quer que seja, por coisa alguma que fazemos, pois certamente seremos frustrados. Fora seus pais, no início Jesus não foi reconhecido, aceito pela sua família e pelo povo da sua cidade natal, tanto que lá praticamente não houveram milagres. Na verdade foi rejeitado:
"E Jesus lhes dizia: Não há profeta sem honra senão na sua pátria, entre os seus parentes, e na sua casa. E não podia fazer ali nenhuma obra maravilhosa; somente curou alguns poucos enfermos, impondo-lhes as mãos. E estava admirado da incredulidade deles. E percorreu as aldeias vizinhas, ensinando." (Marcos 6:4-6).
Obviamente, que embora luta-se para que não se tenha expectativas no próximo, como reconhecimento, agradecimento, etc. as pessoas se entristeçem quando veem que não fazem efetivamente parte da vida dos seus mais chegados e são, de certa forma, discriminados. Quem discrimina não entende que Deus está no controle de todas as coisas. Os discriminados são considerados, por estas pessoas de fraco entendimento espiritual, como meros acessórios, pessoas que as circunstâncias "fizeram acontecer" e que hão de ser suportadas, toleradas.

Será que nas circustâncias difíceis poderemos contar com aqueles que dizem que nos amam, que não medirão esforços e nem recursos para nos ajudar, que verdadeiramente se importarão com nossas vidas em cada detalhe, ou será que no dia-a-dia suas ações são farisaicas, hipócritas e falsas? Será que ao querer saber com quem podemos contar também estaremos sendo egoístas e favoritistas pensando somente em sermos servidos nas nossas dificuldades? Há de se cuidar destas coisas.

Meus queridos amigos, a falsidade no tratamento com as pessoas e a hipocrisia são coisas terríveis. Lidar com uma pessoa falsa e hipócrita não é fácil, mesmo porque muitas vezes nem percebemos que assim são, ocasionando sérios problemas. Muitas destas pessoas se sentem tão especiais a ponto de que tudo o que é bom deve ser deles. O melhor é para eles, os outros devem ficar com o pior ou sem nada. No bifê servir os últimos dez hot rolls, deixando o próximo sem nada, a melhor vaga, o melhor atendimento, o melhor produto, a melhor fala, a prosperidade, e com Deus, a melhor benção, ou seja puro favoritismo, previlegismo. Esquecem-se de que Deus não faz acepção de pessoas e que criou tudo para que todos pudessem ter seu sustento e uma vida digna. Viver humildemente é preciso. Criou-nos para que não discriminássemos ninguém. Que somos todos iguais para Deus. Estes procedimentos errados tratam-se de favoritismo, previlegismo, egoísmo e arrogância.

Ser cristão nunca foi fácil. Nos apartar deste mundo não é fácil. Manter-nos na fé não é fácil. Em resumo: manter um estilo verdadeiro de vida cristã, não é nada fácil, porque sofremos manipulação de diversas origens desde o início dos tempos. Precisamos perseverar no estilo de vida cristão para não perder a coroa, para não perder o galardão. A exemplo de Jesus Cristo, sua família de sangue esteve com Ele até o fim, e finalmente seus irmãos pregaram o evangelho. Acreditemos sempre que nossa família de sangue estará sempre do nosso lado, junto com nossos amigos fíeis. Quem mais vier a lutar conosco, é lucro. Está ficando cada vez mais difícil achar pessoas dispostas a ajudar ao próximo e também pessoas com quem se pode contar. Nesta hora lembro também que todos abandonaram Jesus Cristo naquela cruz, exceto sua família e alguns amigos fiéis, entre eles João, embora todo o perigo que correram. Perseveremos na fé e na ajuda ao próximo, pois é no próximo que Deus está.

Fiquemos todos na Paz, que excede todo o entendimento, 
do nosso Senhor Jesus Cristo de Nazaré, YAHushuah Hamashiah.